sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Esboço

Yerka, Jacek

Sei lá se pode ser assim…
Sei lá se sei o que não quero…
Enquadrado por molduras diversas, quase todas coloridas
Que se vão engolindo de forma pacífica.
Quadros diferentes na forma, tamanho e conteúdo…
Todos eles sentidos nem que só agora.
Pinto sem saber pintar calejando a parte interior dos dedos.
Metáfora imperfeita da obra incessantemente alienada e insignificante (talvez por isso)
Que perdura, inviolável.

Não estou, aqui, e não sei onde quero estar…
(Talvez mesmo aqui).
Fujo calmamente até meio do caminho, equidistante (ou nem tanto), para me lembrar - Já fora do enquadramento!
("Jogo de tripla"… assim será mais fácil, eu, encontrar-me, por aí) …

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Depois e Antes

Quando o vazio me encanta…
Sou quando sei não querer e
conquistar,
quando tento e resulta, só p’ra mim!
Espero à entrada o que me surge a todo o momento:
Pensado encoberto e gélido
quebrado na transparência de tudo
o que não sou, que vislumbro, muito,
um pouco quase nada…
Se quiserdes perguntar-me o motivo da demora,
a razão da incongruência de ser o que se pode quando se quer,
responderei que já não sei da saída…
Preferiria não responder… porque havereis de questionar?
Momentaneamente feliz com o que não procurei,
sempre o serei na ilusão de ser o que sou,
o que somos, o que quero não ter,
angustiado por assim ser: Feliz assim!
Só o que não penso vou alcançando,
selado depois de teorizar o inverso!
Na vida não sou o que se vê,
muito menos o que sou pensado…
E agora mesmo, reflicto-me no que escrevo não sabendo.
Exactidão teórica, como fim,
prática inicial não prevista!
Transparente, do mundo, ignorado, amante inventado!
Quando o vazio me engana…


Olbinski, Rafal

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Dias em segundos

Subi cinco degraus sem cair
Tropecei…
Por vezes, ter calo atrapalha…
(Talvez tenha sido propositado)

Amo poucas coisas,
Periodicamente amo menos…
E uma vaga se vislumbra
Por norma, de preenchimento obrigatório…

Nunca deixo nada por fazer, não sei, invento!
Sei inventar quando não amo,
Não sei omitir quando o decido…

Não encontrando, ignoro!

Esqueço-me quando me lembro
Lembro-me ao esquecer…
(Banal, repetitivo,
Desnecessário, bem sei)

Consigo esquecer, alcanço o que quero…
E o que não quero…

(Sinto algo ainda sem palavra)

Gosto de ter sorte…
Sem conseguir fazer, merecer!
(Necessário, difícil, bem sei)

Gosto de Te Ter…

Olbinski, Rafal

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Na quinta da Elsa

Cheguei agora...

Com muito p'ra contar
Com nada p'ra dizer...

Vou fumar um cigarro e dormir...
(O hoje está visto)

Espero não queimar os lençóis...

Gosto de laranjas, é certo...
Mas também, aqui, aprendi a gostar de caracóis...

(Provavelmente, amanhã, sóbrio, apago isto)


Yerka, Jacek

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Decisão, amanhã

Não conheço ninguém assim…
Quarenta e dois minutos para abrir a porta de casa…

Não conheço ninguém assim…
Capaz de desmoronar de ontem p’ra hoje,
o que com sofrimento se constrói.
Um puzzle de mil peças,
ainda hoje reconstruído.

Penso não haver ninguém assim…

Que amarga a construir, vive da desintegração imprevista,
se desvanece com ela,
cúmplice da motivação que perde por conseguir,
não sentindo a luta como vã!

Não conheço ninguém assim…
Feliz ontem, perdido agora, impossível melhor… logo!
E agora mesmo feliz!

Não conheço ninguém que entenda…
Não conheço ninguém assim…
Que vê o que em nada se distingue do demais,
sente o que ninguém demonstra experimentar…
Deseja a mudança evitando-a quando possível!
Desperdiçar e tentar conquistar, só porque sim,
ter sorte no azar, atrair o acaso, quando na sorte não se acredita.
Ter sorte em conseguir!

Não conheço ninguém assim,
que se obriga a cegar pela luz deste mundo que não é o seu…

Até ao momento em que te convertas no meu espelho.
E então ver-me-ei em ti…
Tu entenderás,
e permitirás conhecer-me!

Ernst, Max

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Hora aleatória

E em instantes aqui me vejo chegado…
Onde estou sem ter recuado,
onde descanso depois do regresso!
Em ambas as conjunturas te encontro…

Mas na verdade, não consegui ver por ti, tentei,
não fui capaz de por ti percorrer…

Já em desespero,
experimentei aplicar uma inovação científica que vi num dos filmes que não vimos,
adiantando o futuro, presenciando o destino...
Como sabes no entanto, nunca tive vocação para trabalhos manuais,
e aquelas rodinhas são demasiado pequenas para os meus dedos...
(Ou apenas falta de sorte)

               Dali, Salvador

Decido então (completamente ao acaso, por de nada mais me lembrar)
deixar o relógio executar a tarefa para a qual o destinaram…
Vou esperar que esse tempo pare (em ti)
e perceber se também regressaste!
(Mesmo sem ter a certeza que tenhas ido)

Entretanto…
Vou comprar laranjas e aproveito, uma vez que fica em caminho, e passo na relojoaria para ver se o relógio tem concerto!

(É pena já ser tão tarde, mas com sorte ainda encontro alguém que perceba de relógios e/ou acredite que o destino não tem horas...)

Faz-me falta uma laranjeira...

domingo, 21 de setembro de 2008

Reinício

Fixo doentiamente aquela flor que sempre ali esteve,
nunca antes por ninguém contemplada,
por toda a vastidão que a engole!

Cometi um erro na minha vida, hoje:
colhi-a, sem me aperceber do seu amor à solidão imensa!

Compensar-te-ei... (farás parte do meu futuro, ensinar-te-ei a saber sentir)

Irei replantar-te mesmo em frente à janela por onde vivo e todos os dias serás notada e saborearás o momento!
E eu saberei que sabes, que também não estou só!

Antes, para solenizar o renascimento,
invocarei esta música, a nossa, que já ouço...
(Não encontro algumas notas...)
(“Amanhã” ensaio novamente…)

Por agora,
volta a falta de luz...
(E tu, como sempre, a brincar aos desejos)!

Proponho que tentemos por breves instantes figurar nesse quadro, desta vez, facilitando, só por uma vez…
(É difícil agarrar-te quando cais do céu)!

Um dia, com um pouco mais de coragem/sorte, ainda te seguro para sempre nos meus braços!

E ficaremos "um só" à janela,
aproveitando o brilho dos teus olhos,
a contemplar o amor ao pormenor…

(A amanhecer...)

Yerka, Jacek

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sei (constipei-me e os espirros são palavras)

Cheguei agora…
Num estado de embriaguez, sem querer, controlado…

Fui
Sem ter a certeza,
Mas na convicção de melhorar!

Controlei-me!
Melhorei?

Lembro-me de muito,
Esqueci-me de igual parte
(esforço-me para tal)!
Minto-me!

Estou dependente,
De mim
Do que sei ver sem pensar…
Em ti
Em ti,
Para perceber que sei esquecer,
Para me lembrar!

Estou cansado desta inércia crónica
Neste mundo que faço girar!
Quando nos vemos?
(Se soubesse o que agora sei, não teria protelado tal disparate)!
Descontrolado na direcção certa!
Agora sei:
Melhorei!


Yerka, Jacek

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Capicua de ouro

Magritte, René

Tanto!
Nada!

Invenções/intenções!
Certezas!

Espaço restrito dos que não podem (por poderem de mais)
Sombras obrigatórias
Dias a mais, dias a menos.

Explosão insonorizada
Num interior sísmico!

Sem perceber,
Melhoro
Pioro
Resisto!

Abalos que derrotam...
Vencidos!

Certezas!
Intenções/invenções!

Nada!
Tanto!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Dois dias

Mas que enorme confusão…
Saudável!
Deixo o que não quero em casa
E quando regresso esqueço-me do que ficou!
Sonho com o que decidi encravar no vazio
E completo-me sem grande esforço!

Sonhei contigo, contigo, contigo
Por motivos diferentes
Mas que quero não entender!
Sonho contigo!
E também por isso
Hoje ficas tu!
(mas não sabes que eu sei)
Vou procurar-te lá fora,
Na desordem...

Até logo!
Yerka, Jacek

(quando regressar, e só desta vez, vou experimentar não esquecer-te/entender)

Gostei!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

(In)coerência final...

Baixo um braço,
Depois o outro,
Rendo-me…
Ao intermitente, descontínuo, infinito,
Conforto de ser,
Sem pensar!

Só por agora…
E amanhã será igual…

Mas por agora, ainda vou...

Sinal de que o tempo
não precisa de luz p’ra passar…
(nem de ti)
E que minto...

Se vou? Vou pensar…
(num outro acaso, quem sabe pensado)

Escher, M. C.

Porque não preciso do aperfeiçoamento (aqui e agora)
Porque sou melhor!
E isso dói!
Ou vou embora!

Talvez um dia,
Talvez num outro dia…
(Até sempre, talvez nunca)
Até já!

Não respondes...
Vou supondo…
Suponho ser eu!

Diferente?
Amanhã!
Igual?
Ai se eu quisesse ser normal!

A simplicidade que não sou,
Não dei,
Não dou!
Não me obriguem a subir!
Não vou!

Eu,
- Quem desistiu?
Não fui!
FIM
(sequelas, sem sequela)

Posso amar com reticências?

Premeditadamente,
na verdade,
perdi apenas quase tudo...
Em reconstrução...

Adormeci
Decidi não ficar
(talvez sonhe, talvez fique).

Pouso a caneta e fecho o livro.
O vício busca-me,
e eu o encontro!

Correcção inacabada...
Vou comprar laranjas!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Excesso de velocidade

Miró, Juan

Parei p’ra pensar
(por acaso)
Apenas alguns instantes…
(Sentido vago que me ludibriou)!

E nesse espaçamento temporal
Somente uma ideia perceptível:
Alguns instantes podem ser horas
Dias
Meses
Anos…
(Não tenho tempo e a roupa já não me serve)

2008?!

Perder meia vida, em instantes, por estas linhas?

Não quero mais!
(mesmo não saciado)

Não quero pensar…

Quanto a ti,
Podes ficar com o resto!
(sei que ainda não estás farta de inércia,
passado)

Se vou?
Vou pensar…
(num outro acaso, quem sabe pensado)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Quando não me deixas dormir...

O'neill, Alexandre

Fico sempre assim quando te ouço.
Como se nada tivesse feito sentido
Como se nada fosse o que devia!

Experimento algo que descrevo
Entre o olhar que não vejo
E o que vejo sem te olhar!

Sinto tristeza e saudade
Absorvo em minha alma tudo o que não quero
Tudo o que não pude
O que fiz por querer
Tudo o que quero e não posso
TUDO! (ai nostalgia...)
(Nestas palavras que agora solto, começo a entender a insónia)

E invento-te em palavras
As que num improviso consciente e com sono vão brotando
Desse teu universo
Do que sei de ti!

Estas palavras que me deixam
(Talvez p’ra sempre)
E que me negavam o sossego…

E porque quiseram libertar-se
Por ti
(sem ler)
Fielmente assim
Irão ao teu encontro…

Sem que te apercebas, sem que me aperceba,
descrevo-te, invento-te, invento-me!

E agora (evitei a “congestão” que quis inventar)
Já posso sonhar…
(presumivelmente, não contigo)

Talvez um dia,
Talvez num outro dia…

(Até sempre, talvez nunca)

Até já!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Vou ou Voo?

Vou!
Não tenho asas e andar de avião faz-me mal aos ouvidos!

(Ouço ruídos cuja proveniência conheço
óbvia.
Tanto para fazer e nada se aproxima)!

A única razão para ainda aqui estar
E saber
Conseguir
É a tarde, a noite, hoje
O amanhã que já sei!

Mesmo sem fome, vou
Tenho saldo e não fico muito mais tempo!

A felicidade dilui-se na alegria que descubro!

O ruído que deixo ensurdecer-me
Também por isso
Obriga-me a não pensar…
Quase em silêncio…

- Vens?

- Vou já… (Uma sandes mista e um néctar de pêssego)!
Ai rotina, também vais porquê?
- Não vou!

Depois vou comprar
(- Já sei, laranjas!)
tampões...

E o amanhã foi diferente!

(- Ou asas)!

(Talvez mesmo asas,
não só pelos ouvidos,
não gosto de aviões)!

Mas por agora, ainda vou...


Miró, Juan

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Com Versa

- Olha o que me lembrei: imagina, por hipótese, que ias votar no Louçã e eu na Leite…
* Sim…
- Combinávamos eu votar no Louçã e tu na Leite, só naquela… e o resultado seria o mesmo…
* Looooooooooool, brutal, brutal!!!!!
(…) Embora haja uma questão…
- Sim, Freguesias e Concelhos…
* Pois…
- Mas p’ra quem seja da mesma Freguesia é hilariante!
* De preferência da mesma mesa!
- Da mesma casa!
* Lol!

- Olha, vou p’ro Yoga…
* Eh pah, não faças isso!!! Yoga?
- Porquê?
* Come antes uma pecinha de fruta!!!

- Essa do voto ser secreto está escrita onde?


- OK, vou outra vez comprar laranjas! Ainda tenho uma overdose de Vitamina C!!!
* Acho que ainda não há! Mas já ouvi falar de Colesterol!

- Ainda bem que não somos da mesma Freguesia... Louçã e laranjas...


* Ouve lá, quem lava hoje a louça?


Seixas, Cruzeiro

domingo, 13 de julho de 2008

My Black City Orange: Just another Love Song

Cesariny, Mário
Tacteei o teu corpo
Intacto
Todo,
- Era suposto ser eu?

Pergunto novamente,
Diz-me:
- Era suposto ser eu?

Inato
Sabias.
Querias?
- Não era suposto ser eu?

Mordes o lábio
Dizes que sim
Mas fazes que não…

Fazes que não
Mas dizes que sim
Mordendo ligeiramente…

Eu nunca estive…
Supostamente eras minha
Supostamente era eu
O meu destino!

O destino do destino
Destinar!

Viveu, morreu
Viveu!

Não respondes...
Vou supondo…

Suponho ser eu!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Calor

Como não tenho laranjas
Vou comer duas nectarinas…
E digo isto quando já as comi há quinze minutos!
(mais ou menos, não consigo precisar)

É sinal de que o tempo
não precisa de luz p’ra passar…
(nem de ti)

E que minto...

Ernst, Max

quarta-feira, 2 de julho de 2008

São 6 da tarde e não posso fumar

Ou não quero!

Uma grade verde,
Já envelhecido.
Antes, protegida,
Em tons de branco…
Por uma velha, também, janela de pinho…

Que agora deixo de ver…

Mais além,
Lembro-me de meia casa em branco sujo,
Com telhados que imagino,
Em triângulo,
Sombria...
No laranja que sempre me procura!

Digo isto por tudo o que não faço
Aqui, sentado, com as pernas a entrelaçarem-se, sem querer
Como sempre,
Esquecendo o que foi ontem!

Faço isto,
Porque tem de ser feito!
Só faço quando me dizes…

Quando me encontras?
Juro que não sei quem és!

Eu e a confusão
Que vejo
Que quero não sentir…
Eu e as confusões,
Que tento confundir!

Em segundos melhorei,
Confundi-te
Vicio!
Com este quadro,
Que acabei por não pintar!

Vou agora admirar-te
E corrigir-te
E corrigir-me!

E amar…

(Só depois de fumar
Quando puder
Quando quiser
Esperas por mim)?

Ainda pensei que fosses tu,
A encontrar-me primeiro,
Novamente o vício…

(...)

Voltei,
Consegues sentir-me?

Encontra-me,
Vicia-me,
Por favor!

(como queria poder procurar-te
Querer…)

Pede-me!
(Sabes quem sou?)



Correcção inacabada...

Vou comprar laranjas!

Yerka, Jacek

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Em 20 segundos sem parar

Dei um salto de mil metros
Estou a descer
Evito aterrar!

Estou farto de palhaços (ao menos que fizessem rir)
Estou exausto de ver calças de cintura (cinta?) subida
Estou cansado de ver todos os dias a minha avó
Com apenas trinta e poucos anos!

Vou tentar mais uma vez
Estou a aperfeiçoar a técnica.

Da próxima fico lá em cima,
Juro!
Já não aguento mais essa asnice crónica,
E logo eu que tenho alergia a pêlo de burro!

Aperfeiçoação?

Porque não preciso do aperfeiçoamento (aqui e agora)
Porque sou melhor!

E isso dói!

Ou vou embora!

Yerka, Jacek

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ontem

René, Magritte
... Igual

Se eu quisesse ser diferente...
Coragem não...
Um dia...

A que agora perco,
Por conseguir...

Hoje!


Ai se eu quisesse ser normal!

Um dia...

Diferente?
Amanhã!
Igual?

Ai se eu quisesse ser normal!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

No vazio encontro nada (ou vice-versa)

E amanhã será igual…
Não planeio falhar.
Falhando, planeio,
Não falhar planeando.
Sem mais nada,
Espancado por uma bela flor….
Sinto a ténue dor,
Morna,
Normal!
A distância…
Normalidade e genialidade,
Conforto e paraíso infernal.
Um salto de exagerado alcance,
Que repele a coragem…
De todos!
De todos?

Um génio,
Um só,
Só!
Sendo só/só.
Ninguém,
Para ninguém,
Mais… Mais?
Sempre me pedes o impossível!
Porquê?
(e és tu que perguntas)

Que não sabem,
Não entendem,
Não sabem entender,
Entendem não saber!
E digo tudo o que quero,
Mesmo que não o diga,
Só p’ra ti!
(a única a quem não disse)

Não quero o esforço…
Não o entendo!

Baixo um braço,
Depois o outro,
Rendo-me…
Ao intermitente, descontínuo, infinito,
Conforto de ser,
Sem pensar!

Só por agora…

E amanhã será igual…


Olbinski, Rafal

quarta-feira, 4 de junho de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cortado em pequenos pedaços, salteados a gosto...

Concretizar o potencial, o objectivo,
Encontra-lo.
Sinto-me mal quando sou bom…
(O reconhecimento)
Gosto de estar sozinho,
Sei!
Sou vários.
(Um deles reconhece)

Prefiro, por vezes, ser
Pensar ser,
Pior do que sou…
Pesa menos
(A Injustiça)

Convencido?
Só um deles!

Propositadamente perco,
Gosto de perder,
Só p’ra mim!
(Não sei perder p’ra mais ninguém)

O acaso objectivo:
(uma tese a concretizar)

O que resta da esquerda…
Não concretizando por inteligência,
Ei-lo,
Por necessidade.

Não leio,
Não quero!
(Ocasionalmente…)

Gosto muito de caminhar sob o seu efeito,
Lendo o olhar das pessoas,
De algumas,
Não vêem
Que o sentem!
(Difícil seria não sentir)

Se apostar em deus e existir, ganho tudo!
Se não existir, nada perco!

Aqui,
Onde me perdi…
Onde me abrigo, preciso,
Sem o alivio conseguir precisar!

Apostar?

Não quero tudo,
Deixaria de conseguir perder!

Ganhar?
Gosto de cozinhar!

E de cosinhar...
Já concretizado!
(Só p'ra mim)

Volto já!

(a comer, a cosinhar...)

Escher, M. C.

sábado, 17 de maio de 2008

Eu, agora, p'ra que ouças o passado...

Invento…
Não porque quero,
Porque não quero,
Necessidade!

Vivo de inventar…

Invento que não sei inventar…
E sou eu,
Como me queres,
Como não me queres,
Não quero,
Como não sei!

Invento o viver…
Ignoro a verdade…
Vivo a invenção.

Eu.
Eu.
Ninguém.
Agora.

Na mentira.

(Em surdina, talvez mudo, bafejando-te ao ouvido…)
Não me ouves?
Porque não ouviste?
Não o quis, inventar,
Porque não gritei:

Eu!
Tu!
Minha!
Sempre!

(Acredita em mim,
acredita em nada!
O que ganhámos,
queremos ter ganho,
perdendo, sem perder):

- Na nossa verdade!
(Não consegui inventar...
Que não inventei)!

Eu,

- Quem desistiu?

Não fui!


FIM
(sequelas, sem sequela)
.



Yerka, Jacek

quarta-feira, 14 de maio de 2008

“Esse Grito Imortal”

Irracional.
Já tenho a resposta,
Não sei a pergunta…

Apressado,
Espera-me a paixão!
Expectativas no auge,
Daquelas que, impressionantemente,
Não saem goradas!
Conhecendo ou não,
Admirando ou menos,
Concretiza-se em amizade incondicional,
Porque sim!

Dias de ausência,
Sempre lá!
E acontece,
Sempre,
Novamente!

Uma visão já turva:
70 garrafinhas vazias!
Amigos de nunca,
Amigos de sempre!
Coincidências que definem o destino!

Vozes espirituais,
Espirituosas,
Num “Grito Imortal”!

Encontros inesperados,
Ligações (mais ou menos) perigosas,
Pequenos-almoços intermináveis,
O absurdo (bigodes)!

Sesta matinal na paragem,
Situações mal resolvidas,
11 da manha, vou dormir!

Fotos com álcool,
Óculos de sol,
Empadas e bolos,
Muito sal e limão,
Dívidas,
Hipotéticos Roubos,
Cheiros sem proveniência definida:
- Só te fica mal!

Uma ligação sem sentido,
sentida:

Numa felicidade tão sofrida,
Essa nostalgia,
que só nós entendemos!

Mística,
Paixão,
Platão,
Amizade,
Porque sim!
COIMBRA,
Porque sim,
Para sempre!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Porque já é hora de inventar qualquer coisa...

Vejo algo em forma de círculo,
Descontinuo,
Cores,
Vejo cores,
São cores,
Várias cores,
Ocupo o lugar de uma delas,
Não consigo discernir qual.

Uma porta,
Entreaberta,
Fechada pela ignorância inocente.
Fumo branco,
Olhos em chamas,
Num olhar que é de gente.

E volta a abrir-se…

E a brisa decidida,
E/mas inócua,
Aumenta o “não saber ” comprimido.
E anjos sedentos,
Fecundos,
De bem,
Suspiram por entre o vazio das cores.
De quem?

Já não vejo,
Lá ao fundo,
Tudo está do outro lado,
Algo está para lá, imundo,
Mas não vejo,
Embora ardente.

Quero ver, não ser visto,
Uma cor transparente.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Dez anos...

Acordei
Nada havia
Pouco via:
Um pouco de nada!

Perdi-me, estava escuro,
Estava escuro,
Perdi-me!

Caminhei
Muito
Caminhei…

- Kazaquistan 2 km!
(E eu que pensei estar em Espanha)...

Adormeci
Decidi não ficar
(talvez sonhe, talvez fique).

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cúpula vs Copula

Insónias, sem direito a descanso… Consigo ludibriá-las, com o já banalizado recurso aos cereais… Vou ao médico pedir uma receita para três grades de minis, tendo em conta o comprovado efeito terapêutico, concerteza terei desconto…

Toques diferenciados no posto de comandos… Sugiro um outro, para fogo posto…

Sofro com a monotonia, sofro em casamentos… No momento do beijo selante, do suposto amor, assola-me um sentimento de insuficiência, de nada! A paixão, o desejo, esses sim, verdadeiros (ou não), mereciam a História… Substituamos, pois então, o beijo pálido, por… (…) Tal como aquando do deliciosamente bacoco momento do “bate talher no prato”, se poderia ir mais além, tocando as nuvens desse céu repleto de azul…
- É prá noiva e pró pai do noivo!!!!
- É prá noiva e pró
- É prá noiva e prá
- Vai lá Manel, mostra o que vales!!! - Levo a bengala?!
(…)
Todos, com a noiva, têm direito… nesse dia…

Por vezes, talvez não raramente, vislumbro o futuro, do alto desta cúpula…

domingo, 13 de abril de 2008

Bocage

Sofro por Ti,
Sofri por ti.
Mas não disse,
Mas não digo!
A ninguém,
A Ti,
Nem a ti!
Eu próprio não sei.
Queria dizer-Te o que perdi…

Espoliaram-me de mim,
Do verde de 1986, que só Tu sabes!
(e não tu)!

Deixei-os, com alguns metros de distância…
Não queria deixar de o ser,
Amigo!
Roubei uma rosa e três girassóis,
E deixei-me ir, guiado pela expectativa,
E pelo álcool!
(O pôr do sol tinha sido há seis horas).
Na despedida, dei-lhe a única que sobrevivera à antecipada ressaca!
Ganhei,
Perdendo os girassóis entre a lua e as estrelas,
Ganhei o perfume da rosa!

Ganhei!
Entre as estrelas, a lua, a rosa e a rosa,
Não perdi o amigo!

Perdi tudo, premeditadamente!
Fiz quatro números e duas estrelas no Euromilhões, ainda não sei quanto ganhei!
(mas não deve dar para pagar o carro)!

Mas o que eu queria mesmo, era reaver o meu caderno verde, a minha insanidade, a minha arte coisal!
És Tu que o tens?
És tu?
tu não, não sabes, esquece!

Premeditadamente, na verdade, perdi apenas quase tudo...

Em reconstrução...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ventos

Solução para a tuberculose: surdez;
Solução para a bulimia: não vomitar;
Parti uma perna, ando com ela ao peito;
Gosto mais da “Regra de 3 Simples” do que do “Teorema de Pitágoras”;
Hoje está uma camada de geada… islâmica?
Trigonometria vs Confeitaria;
Mais do que um, gosto de ter vários problemas ao mesmo tempo, anulando-se…
“100 Metros para surdos”, “salto à vara a cavalo” e o senhor que trabalha dentro da caixa de multibanco;
Vómito vs Gómito;
Gosto do que, imprevisivelmente, se concretiza;
AVC vs ABS;
Gosto do ilógico;
Controvérsia, estupidez, política, sons e bolos, metacognição, quando não se ouve um tiro, provincianismo, o meu universo desgovernado;

Fiquei carismático (agora mesmo, não sei por quanto tempo) …

terça-feira, 8 de abril de 2008

Reticências?

... gosto do ponto
final,

nem quando escrevo...

acredito,
não na verdade

...


Posso amar com reticências?

sábado, 5 de abril de 2008

3 Coisas realmente estúpidas…

1. Gosto de adormecer baloiçado pela brisa sonora de umas quaisquer notas vocais… de mulher loira, aparentando ter sido picada por abelhas numa determinada região da sua silhueta… Gosto de adormecer a ver TV, pronto! Com muito tacto, programo o desligar, da caixa falante, do dia… Mas, na verdade, há muito que sou menos feliz, por não desfrutar de tão simples contentamento… Tudo começou (terminou) no dia em que acordei com o “fim do dia”, e voltou a repetir-se, incorporando-se, de forma viscosa, no meu “universo axiomático”…

2. Não gosto de confusões… Não gosto de seringas… Tenho o dom de fugir de ambas… Nunca disputei um duelo musculada... Em espaços físicos noturnos de alcoolização premeditada, por exemplo, peço desculpa a quem, inadvertidamente, ou não, estica ligeiramente o braço num ângulo recto com a parede e com o meu abdómen, não atingindo os dois… ou quando um pé, de número 38, se “sobrepõe” ao meu 45… Sou assim, gosto de confusões filosóficas ou pseudo-intelectuais… Corro o risco, no entanto, de um dia destes que compõem o nosso calendário gregoriano, me deparar com uma situação que vou tentar resumir numa única e hipotética expressão, de desespero controlado, para não augurar…
- Desculpe estar exactamente aqui, onde deveria baloiçar apenas esse seu, agora também meu, magnífico punhal!

Esqueci-me do 3º acto, neste espaçamento, implícitos, minutos longos de raciocínio inócuo…
Gosto do improviso, com sinceridade, vivo dele… por ele…
3. “Desempate por intermédio da transformação de pontapés da marca de grande penalidade”!

E agora, ganhando balanço atrás, vou partir para a conversão de mais uns “penaltis”, sem paradinha, na Paz…

sexta-feira, 4 de abril de 2008

"Go with the Flow"

Um estado de alma... de perfil... no perfil!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ainda sem pensar...

Descendo a calçada, eu penso em nada…
Tudo o que encontrei…
Não dei.

Sei.
Vou vendo o que quero, rindo do que entendo…

Descendo,
Seguro a calçada que intimamente se me agarra aos pés.

E lá vou sozinho,
Calado,
Falando,
Com essa vozinha que me vai batendo.

A simplicidade que não sou,
Não dei,
Não dou!

Não me obriguem a subir!
Não vou!

Estou, de facto, embriagado...

Se não fosse português, gostava de ser americano, ou russo...

Quanto à possibilidade de se morrer de tédio, há dois exemplos irrefutáveis que o comprovam:
1. Kurt Cobain (a arma, que ele pediu emprestada, é um pormenor);
2. As crianças em África...

- Queria uma sopinha de legumes e umas batatinhas no forno com bacalhau a murro... a 1/2 dose é bem servida?

Fria, esta guerra está muita fria!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Mecânicos vs Padres

As pessoas confiam nos mecânicos, é um dado adquirido... Deixam o carro a arranjar, com as as chaves prontinhas na ignição... Mas eles são honestos, não fogem de certeza com o carro... mesmo que não conheçamos o indivíduo de lado algum e tivermos uma viatura de valor enquadrado entre os 50 e os 63 mil euros...

No entanto, e mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer, o mecânico vai adquirir o poder de decisão já conquistado por merceeiros, "bombadores de gasolina e diesel" e senhores que servem à mesa em restaurantes (cf. "Omelete vs Gillete")...

- (Mecânico): Pois é, meu amigo, o seu carro já foi pra sucata, destruí-mo-lo todinho com as nossas potentes máquinas...
- OOOOOQQQUUUUUÊÊÊÊÊÊ???????????????? Comprei o carro a semana passada, era só mudar a lampadazinha que partiu com o impacto contra o bolinhas!!!!!!!!!!!!!!!!
- Olhe, tivesse ido ao electricista, e a minha primeira impressão foi de que o carro teria de ir pra sucata, se calhar tem a ver com a minha esquizofrenia galopante... Quer levar uma facada?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Às vezes vejo estrelas...

Olhei para o céu três vezes...
Vi uma estrela em cada vez.

Gostei do movimento, vou olhar uma vez mais...
São agora quatro!
- Estrelas?
- Não, vezes...

O perigo do "duplo toque"

Anda por aí muito indivíduo a falar do que não sabe, no fundo, prodígios do "Arremesso do Bitoque", que de positivo tem apenas a possibilidade de se tornar olímpico em Londres.

No entanto, o lado mais perverso da situação, concretiza-se na prática, já recorrente entre os jovens, de se fumar a referida "iguana"... como são exemplo os putos da "Doninha" que eles próprios viram no café...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Donnie Darko

SMS's que não se escreveriam se não fossem 6 da manhã e algum nutriente ajudasse...
A resposta que não chega... - "Um buraco, por favor"!

As que, por simples falta de reflexos, ou sorte, estão nos "rascunhos" às 4 da tarde...


As mensagens instantâneas que demoram 5 minutos a escrever... e se concretizam em duas palavras (na melhor das hipóteses) após 1o... (aquela função que permite que vejamos quando o outro escreve... parece-me.... desnecessária... e evitaria a utilização do único antídoto disponível: as temporizações mais ridículas desde a invenção da paradinha).

Porque não é possível alterar o passado para ter um futuro diferente do presente vs Porque sim (é só ver o filme... e/ou a frente, lado esquerdo, do Passat)!

segunda-feira, 24 de março de 2008

A fome em África!

Tentem plantar as batatas a fazer o pino...

E diz o Rui...

- As batatas, com dificuldade, plantam-se, e até nascem, o problema é encher as sacas!!!

Porque a Terra é redonda, e nós estamos de cabeça para cima!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Sou mesmo boa pessoa...

Há, de facto, situações, que me proporcionam momentos de prazer...

1. Sexo;

2. Idem;

3. ";

4. Ver um bom jogo de bola;

5. Comer um bom naco de carne mirandesa (passe a parcial repetição);

6. Beber um bom vinho e/ou uma grade de minis;

7. Um café + 1 SGV;

8. Conduzir um carro desportivo;

9. Ouvir a minha música.


Mas nenhuma destas se equipara ao prazer impulsionado pelas cedências de passagem sucessivas, aos que se apresentam pelas transversais... culminando com aquele gesto de "levantar mão", que me faria passar o dia todo, exactamente ali, com os 4 piscas a cintilar e a simular uma grave avaria, envolvendo mesmo, se necessário, a "Assistência em viagem"...

Esporadicamente, experimento concretizar a perfeição, como tal, da próxima vez que estiver naquela recta, vou tentar estas 10 ao mesmo tempo...

Entretanto vou bebendo compal light...

Então, que palhaçada é esta? Estes americanos, realmente, controlam isto tudo...



Mas eu sou paciente e confio no Putin... (ou deveria dizer Medvedev)?



Vodka sem álcool... eu espero!

Tiago e a sua cadelita guia "Micha"....

Porquê só "cães-guia"?

Porque não porcos ou pombos? (Galinhas, obviamente, está fora de questão)...

Porquê não "cães-guia" nos Para-Olímpicos, em substituição de "guias humanos"? O único risco que se "correria" seria ver os atletas, após uma árdua luta durante 9990 metros pela vitória, ficarem a 10 metros da linha de meta por motivos de "cio" canino... podendo resolver-se tal situação com a castração ou a permissão de apenas um "sexo" nos animais...

Outro animal impressionante é a abelha... já não contentes com o mel e a cera, agora também ajudam indivíduos/as a inchar as partes do corpo mais atrofiadas... Ou será que ainda não? Vou patentear isto!

Camuflar vs Compilar

Sem quaisquer critérios:

Eu camuflo vs Eu compilo (ganha camuflar);

Tu camuflas vs Tu compilas (ganha compilar);

Ele camufla vs Ele compila (ganha, sem dúvidas, compilar);

Nós camuflamos vs Nós compilamos (empate);

Vós camuflais vs Vós compilais (empate);

Eles camuflam vs Eles compilam (desculpem lá, mas ganha "camuflar", gosto muito deste "camuflam").

E assim, com muita pena minha (sou um fervoroso adepto do "Camuflar"), vence "Compilar", por um "sem dúvidas"!

terça-feira, 18 de março de 2008

Fases ou Fazes?

Um artigo impressionante, uma uniformização irrefutável, um estudo cientificamente irrepreensível, uma temática mais do que actual... essencial para uma vida feliz, sobretudo para quem tem ou ambiciona vir a ter rebentos (não muçulmanos):

- Os estados de desenvolvimento comportamental de um pai quando um filho lhe expõe a sua condição de homossexual:

1. Choque inicial;
2. Negação;
3. Raiva;
4. Tristeza;
5. Aceitação.

- Filho, eu até aceitaria, "na boa", essa tua orientação, mas tenho de passar pelas quatro fases iniciais, pelo que, vou ter um enfarte... espera... espera... "JÁ TÁ"! Agora nego veementemente: "Não pode ser, tu não és meu filho, a tua mãe deve ter-me traído com um ferro de engomar"! Já estou melhor, sinto novamente a minha paternidade! Agora vou cortar-te as pernas com o/a moto-serra... Olha, não tem gasosa... Vai às bombas...
...
...
- Então? És mesmo inútil... Trazes-me um míssil? Assim não vão só as pernas!!!

- Estou muito triste, pareces um cogumelo, mas vou ter de aceitar!

domingo, 16 de março de 2008

Com um papo pequenino...

De grão a pepino,
torce o menino a galinha...

Xicó!

- Olá, como vai?
- Bem, obrigado...

- Desculpe, não me lembro do seu nome...
- Francisco Ó!
- Ãh?
- Ó!
- Áh!

Omolete vs Gillete

Bares, restaurantes, mercearias, bombas de gasolina... Quem decide é o trabalhador que passa ali cerca de um terço da sua vida...

- Hoje está, nitidamente, com cara de quem quer um peixinho grelhado...
- Nem por isso... Mas parece que vai ter de ser...
- Pois vai!

- Nunca mais venho a este restaurante, o empregado do "outro" acerta mais!!!


- Com que então, 20 litrinhos de gasóleo..., ãh?
- Porra, o meu carro é a gasolina!!!! Já é o 2º que o senhor me atira pra sucata! Já não dá pra ser gasoil?
- Não, a primeira impressão é definitiva, inquestionável, irrefutável, inalterável (...)
- Já percebi homem!!!
- (...) mas se decidir resistir, pode então optar entre ficar sem a viatura ou levar um tiro na omoplata e/ou tibiotársica...
- São essas as vossas "ruls"?
- "Ruls", muito bem, mas não se safa, essa do inglês já não serve de amnistia desde Julho do ano passado... e, de qualquer forma, estaria mal escrito...
- Os gajos da Jalp são muito mais brandos quando se enganam... Ponha menos um bocadinho que os 20 litros, pelo menos, se faxabôr...


- Ovos?
- Não, lâminas!

Visita "Pascual"

Já com a língua a não querer enrolar-se, sem resultado, eis que do nada surge uma letra, a mais...

A partir de então instituiu-se o "Beijo no Ultra-Congelado"...

sábado, 15 de março de 2008

Novas "Novas Oportunidades"

Que não se confunda a sátira com a descrença...


Quem está minimamente informado, reconhecerá (palavra-chave) o mérito dos Processos de Reconhecimento e Validação de Competências (Saber-Fazer), alguém que ao longo da vida adquiriu Conhecimentos e, sobretudo, apreendeu de forma informal ou não-formal, compreendeu, aplicou Saberes, evoluiu..., merece que tal esforço, sacrifício, auto-didactismo, sejam valorizados, tendo sempre em conta que, tais conquistas, evidenciam uma transposição heróica das barreiras do "não poder"...

Um Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, e para abreviar, culmina com uma "Sessão de Júri" em que ao Adulto/Formando é concedida uma equivalência/Certificação escolar, em função dos Saberes que lhe foram Reconhecidos/Validados...

- Muitos Parabéns, começou o processo com a 4ª Classe e sai daqui hoje com um merecido 9º Ano de Escolaridade. Nunca se esqueceu da importância da Aprendizagem ao Longo da Vida e de que ela não é apenas formal... Peço-lhe que não fique por aqui, tem potencial para ir mais além em termos pessoais, profissionais e académicos...


Olhando o Processo numa perspectiva estupidamente invertida, o final poderia ser mais ou menos isto: (e agora se poderá entender, ou não, o sentido do mini-prólogo)

- Muitos Parabéns (até aqui tudo igual), chega aqui com uma Licenciatura em Engenharia Aeronáutica e uma Pós-Graduação em espelhos retrovisores, e sai com o 6º Ano de Escolaridade. Não pare por aqui, o 1º Ciclo do EB tem as portas escancaradas para si...

"Desreconhecimento, Desvalidação e Descertificação de Competências": Para quem tem a secção do Peixe como limite...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Orgasmo

Fui beber uns copos com uns amigos. Bem, quer dizer, pensando bem, se calhar, são só colegas de trabalho... Ou amigos?

Pedi um beirão pra fazer a digestão da sopa de coentros retardada...

- Um fino (pede a minha amiga)...

- Os finos estão a sair com "coisas" (diz a simpática, mas não boa nem, aparentemente, muito inteligente, menina do bar). E continuou: - Temos aqui uma bebida refrescante e nada alcoólica feita com Vodka (bem visto), à qual decidimos, depois de muita ponderação, chamar orgasmo, quer experimentar? (pergunta estúpida)

- Venha então de lá isso... (resposta a condizer)

Depois de três orgasmos, regados com muito corte e costura (há quem mereça por incompetência doentia), uma pergunta que mudou a noite:

- Quanto custa o orgasmo?
- Um euro e vinte...

E alguém pobrezinho, com escassos cêntimos na carteira e com vontade implícita de provar, dados os comentários abonatórios e a objectiva bebedeira fácil, eis que não que afirma:

- Vou ao WC...

Sempre fica mais barato...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Ou Vice-Versa

Entre parvos e oprimidos pela verdade dos factos,
Sinto-me só, isolado, no mundo sentido da razão...

Afasto-me um pouco mais,
melhoro...

Aqui, no flanco do silêncio,
onde minha mão me leva,
onde tudo se revela,
como o nada que baloiça,
neste ramo de traição!

E como tudo quero, sem neste momento nada ansiar...

Fico mudo e reclamo, com a mesa que é de morte,
com o cigarro que vou fumar...

Pouso a caneta e fecho o livro.

O vício busca-me,
e eu o encontro!

Frango com requeijão

Vi, um dia destes, num programa de culinária (são os meus preferidos), uma receita muito interessante, arriscar-me-ia mesmo a dizer: pornográfica na sua inocente essência...



- Frango com requeijão (ninguém estaria à espera)!



Genericamente, o processo consistia em introduzir, com o polegar (de preferência), uma determinada porção de requeijão (variável em função do tamanho do frango) no orifício que as aves (e não só) apresentam na sua retaguarda... Posteriormente, forno com ele...



Bem, encarei aquilo como uma metáfora fiel da sociedade dos tempos modernos, onde o facilitismo se sobrepõe ao esforço e, por inerência indirecta, à realização pessoal, guiando-nos por caminhos nada sinuosos rumo a falésias sem protecções laterais... (leia-se: auto-estima a tender para o menos infinito, depressões, fármacos com mais contra-indicações do que o inverso, suicídios (bem sucedidos ou não).



Com a indignação a sobrepor-se à razão, decidi, como forma de demonstrar ao mundo que a salvação ainda é possível e a vida, mais do que bela, é bonita, preparar esta iguaria com o frango ainda vivo...

Olhos

João Fugia pela estrada, só...
João Fugia sem a mãe (lógico para quem está só)...

João foi ela quem escolheu...
Chang Fugia é o pai.

O que será que ela não tem?

Loucos vão pela rua...
Ele e ela pela rua...

Ela é loira, ele não.
Ele tem carro,
e ela principalmente...

terça-feira, 11 de março de 2008

Bombistas Anónimos

Ser bombista é um vício difícil de controlar... Inúmeras e diversificadas terapias, astros, agulhas nas orelhas, poucos resultados relevantes...

Uma mesma tendência, predisposição genética ou influência do meio, o descrédito da medicação, uma possível solução: os BA...

- Boa tarde, eu sou o Anatolis Famagusta, nasci num meio social teoricamente dentro dos parâmetros normais, mas sinceramente, o que mais me apetece, nas mais diversas situações, é rebentar... Ainda não rebentei não sei bem porquê, tanto mais que o dinamite anda sempre aconchegado nas minhas modernas e ao mesmo tempo desportivas e, arriscar-me-ia mesmo a dizer, também,bastante confortáveis, meias brancas...

- Meias brancas??!! (riso depreciativo) E que bela pontuação... (em surdina)

- Repare caro Anartolis...
- Anatolis...
- Ou isso... O segredo está na meta-cognição, tem de encontrar um outro comportamento ou actividade que bloqueie, nem que por instantes, essa sua vontade exacerbada e orgasmica de arrebentar... Nós aqui dizemos arrebentar, só pra levar isto mais pro lado da paródia...
- Ok, como por exemplo, Dr. ...
- Juvenal...
- Então vou tratá-lo por Jorcival, como uma pequena vingança...
- Acho isso bem estúpido, mas está bem...
- Dê-me então um exemplo, caro Dr. Jorival...
- Jorcival!
- Então mas não se chama Juvenal?
(...)
(...)
(...)
- Fumar, por exemplo, Anastasios...

- Como o senhor não me inspira confiança alguma, vou lá fora mandar uma fumadela... (Aparente contradição)

- Não há cinzeiro, pode apagar o cigarro no chão!

Um rebentamento súbito na varanda...

O dinamite nas meias...
Propositado pelo Dr. Jaime do Vale?


Uma pausa pro vício antídoto...

Se fosse possível...

E se fosse possível alguém ficar paralítico da cintura pra cima?

Seria complicado, entre outras coisas, descer escadas...

1 shot = 44.3602943 milliliters

Como se o mundo invertesse o seu movimento, de forma espontânea, sem necessidade de aprendizagem ou explicações pseudosofisticadas...

- Vamos prós pratos?

Em plena pista sem veículos inanimados, a adrenalina solta-se entre uma delícia gastronómica importada e um simples rissol...

- Bora aos bitoques?
- Eh pah, acabei de pedir um pack de feijoada!!!
- De garrafa?
- Não, de pressão, os gajos aqui tiram bem...

Por acidente, entre uma rockalhada e uns irritantes martelos, um gesto menos ponderado, uma grafal dentada metálica...

- Um finito?
- Ainda não tenho sede...
- Era melhor beberes qualquer coisita, pra forrar o estômago, ou não aguentas a noite...
- Pois, mas o que me apetecia era um penalti de pastel de bacalhau...
- Um shot, queres tu dizer... vê-se mesmo que és da aldeia...
- Shot é assim que se escreve?
- Of corce...
- Não é com dois "o"?
- Isso seria shut... Burrego!!!

Operação stop, detectores de excesso de proteínas e lípidos (e outros)...
- Muito bonito... o senhor está diabético... 400 eur ou apreendemos-lhe a viatura, e essas pastilhas chimpanzé... ainda não conhece as sem açúcar? E esse carro está podre por dentro... E esses dentes uma miséria...

- Eu bem te disse pra optares pelo bitoque...

E assim prospera o negócio do fio dental à porta da discoteca... e dos ederedons à entrada da ZZaraa...