quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Decisão, amanhã

Não conheço ninguém assim…
Quarenta e dois minutos para abrir a porta de casa…

Não conheço ninguém assim…
Capaz de desmoronar de ontem p’ra hoje,
o que com sofrimento se constrói.
Um puzzle de mil peças,
ainda hoje reconstruído.

Penso não haver ninguém assim…

Que amarga a construir, vive da desintegração imprevista,
se desvanece com ela,
cúmplice da motivação que perde por conseguir,
não sentindo a luta como vã!

Não conheço ninguém assim…
Feliz ontem, perdido agora, impossível melhor… logo!
E agora mesmo feliz!

Não conheço ninguém que entenda…
Não conheço ninguém assim…
Que vê o que em nada se distingue do demais,
sente o que ninguém demonstra experimentar…
Deseja a mudança evitando-a quando possível!
Desperdiçar e tentar conquistar, só porque sim,
ter sorte no azar, atrair o acaso, quando na sorte não se acredita.
Ter sorte em conseguir!

Não conheço ninguém assim,
que se obriga a cegar pela luz deste mundo que não é o seu…

Até ao momento em que te convertas no meu espelho.
E então ver-me-ei em ti…
Tu entenderás,
e permitirás conhecer-me!

Ernst, Max

2 comentários:

O amor perfeito de um anjo disse...

Também não conheço ninguém assim…
Podemos ser diversas coisas, mas a essência daquilo que na realidade somos, a matéria inicial, nunca se perde, nunca se transforma, permanece eternamente escrita na génesis da nossa alma. É essa tua unicidade que me faz gostar de ti.
É na madrugada da vida que te encontro, como utopia, como desejo por concretizar, como aposta perdida, como quadro por pintar. Afinal, é-me sempre permitido sonhar, mesmo quando os sonhos não passam disso mesmo, mesmo quando a realidade ofusca o brilho da esperança, mesmo quando, já não tenho forças para acreditar.
Leio e releio este silêncio que se faz quando entro no teu mundo noctívago. E bem devagarinho deixo te um beijo que não vais ver, que vais apenas sentir, porque no silencio tudo é doce e na noite, por mais escura que seja, sempre haverá o brilho das asas de um anjo...

Renato disse...

Nuno kurti bué !!! Renato