quarta-feira, 30 de julho de 2008

Quando não me deixas dormir...

O'neill, Alexandre

Fico sempre assim quando te ouço.
Como se nada tivesse feito sentido
Como se nada fosse o que devia!

Experimento algo que descrevo
Entre o olhar que não vejo
E o que vejo sem te olhar!

Sinto tristeza e saudade
Absorvo em minha alma tudo o que não quero
Tudo o que não pude
O que fiz por querer
Tudo o que quero e não posso
TUDO! (ai nostalgia...)
(Nestas palavras que agora solto, começo a entender a insónia)

E invento-te em palavras
As que num improviso consciente e com sono vão brotando
Desse teu universo
Do que sei de ti!

Estas palavras que me deixam
(Talvez p’ra sempre)
E que me negavam o sossego…

E porque quiseram libertar-se
Por ti
(sem ler)
Fielmente assim
Irão ao teu encontro…

Sem que te apercebas, sem que me aperceba,
descrevo-te, invento-te, invento-me!

E agora (evitei a “congestão” que quis inventar)
Já posso sonhar…
(presumivelmente, não contigo)

Talvez um dia,
Talvez num outro dia…

(Até sempre, talvez nunca)

Até já!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Vou ou Voo?

Vou!
Não tenho asas e andar de avião faz-me mal aos ouvidos!

(Ouço ruídos cuja proveniência conheço
óbvia.
Tanto para fazer e nada se aproxima)!

A única razão para ainda aqui estar
E saber
Conseguir
É a tarde, a noite, hoje
O amanhã que já sei!

Mesmo sem fome, vou
Tenho saldo e não fico muito mais tempo!

A felicidade dilui-se na alegria que descubro!

O ruído que deixo ensurdecer-me
Também por isso
Obriga-me a não pensar…
Quase em silêncio…

- Vens?

- Vou já… (Uma sandes mista e um néctar de pêssego)!
Ai rotina, também vais porquê?
- Não vou!

Depois vou comprar
(- Já sei, laranjas!)
tampões...

E o amanhã foi diferente!

(- Ou asas)!

(Talvez mesmo asas,
não só pelos ouvidos,
não gosto de aviões)!

Mas por agora, ainda vou...


Miró, Juan

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Com Versa

- Olha o que me lembrei: imagina, por hipótese, que ias votar no Louçã e eu na Leite…
* Sim…
- Combinávamos eu votar no Louçã e tu na Leite, só naquela… e o resultado seria o mesmo…
* Looooooooooool, brutal, brutal!!!!!
(…) Embora haja uma questão…
- Sim, Freguesias e Concelhos…
* Pois…
- Mas p’ra quem seja da mesma Freguesia é hilariante!
* De preferência da mesma mesa!
- Da mesma casa!
* Lol!

- Olha, vou p’ro Yoga…
* Eh pah, não faças isso!!! Yoga?
- Porquê?
* Come antes uma pecinha de fruta!!!

- Essa do voto ser secreto está escrita onde?


- OK, vou outra vez comprar laranjas! Ainda tenho uma overdose de Vitamina C!!!
* Acho que ainda não há! Mas já ouvi falar de Colesterol!

- Ainda bem que não somos da mesma Freguesia... Louçã e laranjas...


* Ouve lá, quem lava hoje a louça?


Seixas, Cruzeiro

domingo, 13 de julho de 2008

My Black City Orange: Just another Love Song

Cesariny, Mário
Tacteei o teu corpo
Intacto
Todo,
- Era suposto ser eu?

Pergunto novamente,
Diz-me:
- Era suposto ser eu?

Inato
Sabias.
Querias?
- Não era suposto ser eu?

Mordes o lábio
Dizes que sim
Mas fazes que não…

Fazes que não
Mas dizes que sim
Mordendo ligeiramente…

Eu nunca estive…
Supostamente eras minha
Supostamente era eu
O meu destino!

O destino do destino
Destinar!

Viveu, morreu
Viveu!

Não respondes...
Vou supondo…

Suponho ser eu!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Calor

Como não tenho laranjas
Vou comer duas nectarinas…
E digo isto quando já as comi há quinze minutos!
(mais ou menos, não consigo precisar)

É sinal de que o tempo
não precisa de luz p’ra passar…
(nem de ti)

E que minto...

Ernst, Max

quarta-feira, 2 de julho de 2008

São 6 da tarde e não posso fumar

Ou não quero!

Uma grade verde,
Já envelhecido.
Antes, protegida,
Em tons de branco…
Por uma velha, também, janela de pinho…

Que agora deixo de ver…

Mais além,
Lembro-me de meia casa em branco sujo,
Com telhados que imagino,
Em triângulo,
Sombria...
No laranja que sempre me procura!

Digo isto por tudo o que não faço
Aqui, sentado, com as pernas a entrelaçarem-se, sem querer
Como sempre,
Esquecendo o que foi ontem!

Faço isto,
Porque tem de ser feito!
Só faço quando me dizes…

Quando me encontras?
Juro que não sei quem és!

Eu e a confusão
Que vejo
Que quero não sentir…
Eu e as confusões,
Que tento confundir!

Em segundos melhorei,
Confundi-te
Vicio!
Com este quadro,
Que acabei por não pintar!

Vou agora admirar-te
E corrigir-te
E corrigir-me!

E amar…

(Só depois de fumar
Quando puder
Quando quiser
Esperas por mim)?

Ainda pensei que fosses tu,
A encontrar-me primeiro,
Novamente o vício…

(...)

Voltei,
Consegues sentir-me?

Encontra-me,
Vicia-me,
Por favor!

(como queria poder procurar-te
Querer…)

Pede-me!
(Sabes quem sou?)



Correcção inacabada...

Vou comprar laranjas!

Yerka, Jacek