terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Conjeturas

Agora ao sul do meu cérebro, ouço ramagens destruídas e troncos que criam as pontes necessárias,
também se mantém a justiça destinada que vi e desautorizei,
numa protuberância anelar vulgarizada.
Do outro lado, o sol venceu a depressão com recurso à luz do dia que teimava em deprimir. E reprimi.
Conjeturo na prática o passado que voltou e não mais chegará,
desligo a luz e mergulho nas águas escaldantes das tuas memórias futuras, movimentos ascendentes e descentes não constantes,
que por mero acaso encontrei num dos sonhos que quis fatalmente evitar e consegui.



Universos perpendiculares

Desencravei-o em caneta de filtro de cor incerta fluorescente. Sinto agora algum ânimo desarrumado.
Escrevo de cabeça palavras desconhecidas que encontrei pelo caminho,
a dor passou e o vício resulta em minutos, só minutos que não passam e se desviam ao meu passar.
Tiro o casaco, sinto calor, aumento a dose e volto a tomar.

Universos perpendiculares à razão que ressuscito. Desperdiço. Vou guardar.


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Jameson

Queria comunicar com o passado das respostas mas tenho as mãos sempre ocupadas com a apanha da azeitona.

Subo e roubo o processo, convenci-me que a pena está naturalmente atribuída!
Acendo com ela a fogueira, atiro também mais um livro, meia dúzia, tranquilo, e sonho com o Joyce que me pergunta:
- Então quando é que engordas? Ainda tens a pomba? Já tens email?
- Lamento James, só noutra vida!



quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Amanhãs

Reencontrei-as agora antes deste nascimento, quando a vida que tinha esquecida no bolso pequenino do lado direito me chamou. Só agora. Mas enfim...
E claro, o escaldão habitual, e as escusadas multas de velocidade.
Se não fosse tão devagar teria conseguido mesmo a dormir recomeçar, novamente.
Resta-me agora o final antecipado,
pesca ao escuro, em fundo ardente. Parece o pequeno sol que ontem me afogou.
E como não a ouvi (grande presente), em pedaços, no início, (não sei nadar), fracassou...