quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Zero

Harmonia de traço e sentido, nenhuma não mais do que outro.
De todos prefiro o vazio, sem nada, a poente o encontro.

Sem sentidos ainda apurados
poente de aromas que nascem nas fendas que o abalo afastou.
Novatos na paz sofrimento, pedra dura, sem amparo, o zero que quebra e se esvazia em nada,

e um velho jardim a nascer.

Ernst, Max

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pinheiros

Aconteceu. As coisas más nunca são belas. As marcas nunca apagadas. Cada vez mais ténues, cada vez mais perto do fim.

Inverto e encontro a organização na corrente de ar onde a paranóia me condiciona o raciocínio.
As árvores golpeadas vão ganhando autonomamente ramagem e o ar pesado leva-me a acreditar que a trovoada as vai tentar destruir.
As mesmas armas num quadro aterrador e belo.
(ninguém tem tempo)
Indefeso, encerro e amparo-me na graça de tal nunca vir a acontecer.

Yerka, Jacek

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

5 Minutos

Talvez a introdução me exigisse, ou o jornal que nunca deixou de ser lido ao contrário, a pergunta que continua por escutar, o sonho que já tive e quis apagar.
Encontrei-te numas dessas estações, num desses passados onde me perguntas, olhando ao infinito, pelo fado. Quiçá necessite refazer a viagem, alterar a resposta ou expatriar-me.
Tal e qual amanhã, sem regra nem tempo, te descubro ou invento. Te invento nas regras do tempo, como agora, e te invado p'ra sempre o olhar.

Ernst, Max