segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Manga

Se eu pudesse seriam diferenciadas num cacho disforme e complementar.
Ácida, doces e sós.
(Se gostasse mais de uvas e menos de vinho era isso que faria)

Gostaria de escolher alguns outros (não muitos) com caroços que não magoam quando os faço voar.
(Maldita manga e pena o morango)
Ou então uma árvore por inventar.

Magritte, René

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Portas e janelas

Cansei-me.

Que se esqueça o necessário, dilacerado por este abrasante golpe no tempo.
Conquistada com mérito a chave inicial e neste espaço agora só meu,
Ainda bem que o cansaço me elucida.
Fecho a porta e vou cumprir mais uma dessas obrigações incontornáveis e antecipar os nervos, ainda ténues.

(tempo)

Superados mais dois níveis, tomadas com suor mas sem sufoco as restantes impostas entradas,
Sinto-me ainda mas normalmente fatigado, mais ânsia, fresco, capaz!
Saio a meio, já facilmente resolvido, capitalizando o tempo.
(Resta apenas um obrigatório e um intermédio opcional)

- Posso entrar?
- Pela janela onde perguntas!
(Pequeno contratempo suplantado pelo ganho inicial/Quando a sensatez compensa)
Assim, com tempo mas sem chave nem necessidade de teatralizar, desiludido em pequena escala e com os objectivos mínimos cumpridos, abdico.

Horas volvidas, à janela, tentando evitar essa corrente de ar, agora desnecessária,
Conforto-me no descanso da lembrança do último inevitável esforço.
Mais uma pequena vitória, esfumada na escuridão e lume refrigerantes das respostas que não consigo escrever.


Magritte, René