terça-feira, 9 de junho de 2009

Castanhas



Dali, Salvador

















Nunca mais é Outono, nunca mais te ouço!
Sim, agora, como talvez sempre…
Tenho medo de já não comer laranjas, de não haver, terem já caído de velhice!
Já nem sei o que fazer à barba, o melhor.
Julho, é do Julho que eu gosto!
Cá em cima, agora e sempre, muito perto…
Vou à nossa casa, barbear-me, sem espelho nem vontade, e tentar não golpear-me!
Arriscar, desprotegido, vê-la cair, rejuvenescer,
Nesse teu Inverno, nesse meu Inverno, nesse teu Verão!
Porquê?
Dou importância, talvez em demasia, como sempre, a banalidades…
Procuro e encontro, na estação errada,
E não percebo muito bem o que penso…
Nem como faço o que não quero, em esforço, quase sempre sem dor…
Como agora, sem esforço, e talvez sempre sofrido!
Talvez, como sempre, ainda aprecie laranjas!
Vou comprá-las,
Vou comprar castanhas!