terça-feira, 23 de setembro de 2008

Hora aleatória

E em instantes aqui me vejo chegado…
Onde estou sem ter recuado,
onde descanso depois do regresso!
Em ambas as conjunturas te encontro…

Mas na verdade, não consegui ver por ti, tentei,
não fui capaz de por ti percorrer…

Já em desespero,
experimentei aplicar uma inovação científica que vi num dos filmes que não vimos,
adiantando o futuro, presenciando o destino...
Como sabes no entanto, nunca tive vocação para trabalhos manuais,
e aquelas rodinhas são demasiado pequenas para os meus dedos...
(Ou apenas falta de sorte)

               Dali, Salvador

Decido então (completamente ao acaso, por de nada mais me lembrar)
deixar o relógio executar a tarefa para a qual o destinaram…
Vou esperar que esse tempo pare (em ti)
e perceber se também regressaste!
(Mesmo sem ter a certeza que tenhas ido)

Entretanto…
Vou comprar laranjas e aproveito, uma vez que fica em caminho, e passo na relojoaria para ver se o relógio tem concerto!

(É pena já ser tão tarde, mas com sorte ainda encontro alguém que perceba de relógios e/ou acredite que o destino não tem horas...)

Faz-me falta uma laranjeira...

domingo, 21 de setembro de 2008

Reinício

Fixo doentiamente aquela flor que sempre ali esteve,
nunca antes por ninguém contemplada,
por toda a vastidão que a engole!

Cometi um erro na minha vida, hoje:
colhi-a, sem me aperceber do seu amor à solidão imensa!

Compensar-te-ei... (farás parte do meu futuro, ensinar-te-ei a saber sentir)

Irei replantar-te mesmo em frente à janela por onde vivo e todos os dias serás notada e saborearás o momento!
E eu saberei que sabes, que também não estou só!

Antes, para solenizar o renascimento,
invocarei esta música, a nossa, que já ouço...
(Não encontro algumas notas...)
(“Amanhã” ensaio novamente…)

Por agora,
volta a falta de luz...
(E tu, como sempre, a brincar aos desejos)!

Proponho que tentemos por breves instantes figurar nesse quadro, desta vez, facilitando, só por uma vez…
(É difícil agarrar-te quando cais do céu)!

Um dia, com um pouco mais de coragem/sorte, ainda te seguro para sempre nos meus braços!

E ficaremos "um só" à janela,
aproveitando o brilho dos teus olhos,
a contemplar o amor ao pormenor…

(A amanhecer...)

Yerka, Jacek

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sei (constipei-me e os espirros são palavras)

Cheguei agora…
Num estado de embriaguez, sem querer, controlado…

Fui
Sem ter a certeza,
Mas na convicção de melhorar!

Controlei-me!
Melhorei?

Lembro-me de muito,
Esqueci-me de igual parte
(esforço-me para tal)!
Minto-me!

Estou dependente,
De mim
Do que sei ver sem pensar…
Em ti
Em ti,
Para perceber que sei esquecer,
Para me lembrar!

Estou cansado desta inércia crónica
Neste mundo que faço girar!
Quando nos vemos?
(Se soubesse o que agora sei, não teria protelado tal disparate)!
Descontrolado na direcção certa!
Agora sei:
Melhorei!


Yerka, Jacek